carolina maria de jesus
A Ocupação carrega o nome de uma importante escritora brasileira autora do livro Quarto de Despejo – Diário de uma favelada.
A Ocupação teve início no dia 06 de setembro de 2017, quando mais de 200 famílias se juntaram ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) para ocupar um prédio vazio na Avenida Afonso Pena, centro de Belo Horizonte. As reivindicações dos moradores são pautadas no direito à cidade e à moradia digna, denunciando, através do ato, a incoerência da situação de déficit habitacional na capital mineira: há mais imóveis e terrenos vazios em sua região metropolitana do que famílias sem casa na cidade.

Ao longo dos primeiros meses de existência, a Ocupação contou com o apoio de importantes lideranças políticas e artistas que deram visibilidade à luta, porém também foi alvo de ameaças de reintegração de posse. Estes fatores auxiliaram na busca por acordos com os governos estadual e municipal a fim de garantir a regularização da moradia das famílias juntamente ao MLB.
Foi então, em julho de 2018, como consequência das negociações amplamente discutidas, a mudança para um prédio até então abandonado há quase uma década, na Rua Rio de Janeiro, também no centro de BH. O novo espaço da Ocupação Carolina Maria de Jesus atualmente passa por adaptações e reformas para a melhoria nas condições de moradia e a manutenção de iniciativas como a Cooperativa Mulheres de Luta, grupo de teatro, creche, Educação de Jovens e Adultos, eventos de dança, música e de conscientização política.





A presença destas atividades, juntamente com a localização do prédio na área onde concentram-se os principais equipamentos urbanos, maior oferta de empregos, educação e lazer apontam importantes indicadores de qualidade de vida que contemplam aos moradores, vindos de periferias e áreas sem a mesma estrutura. Dessa forma, a Carolina de Jesus atua de forma a resistir contra a lógica de localização dos empreendimentos habitacionais de interesse social distantes da centralidade, pressionando o poder público a repensar a urgente questão da moradia e desigualdade de acesso à cidade.